“Para impedir que eu me exaltasse por causa da grandeza dessas revelações, foi-me dado um espinho na carne, um mensageiro de Satanás, para me atormentar. Três vezes roguei ao Senhor que o tirasse de mim. Mas ele me disse: "Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza". Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim”. 2 Coríntios 12:7-10
Hoje em dia, muitas pessoas constroem em suas mentes a ideia de que devem sempre ser fortes. Como servas de Cristo, devemos ser modelo de conduta e de um estilo de vida santo, logo, os olhos estarão sempre em nós, então devemos ser fortes e passar a imagem de que tudo está sempre bem. Não podemos deixar transparecer fraquezas, inconstância, pecados e erros, isso destruiria a imagem que alguns têm de nós... Podemos até pensar assim, mas então estaríamos fugindo dos padrões de Cristo e nos deixando enganar por mentiras que nos aprisionarão em um poço de superficialidade e angústia.
Todas nós passamos por momentos difíceis, por altos e baixos. Todas nós pecamos e dependemos inteiramente da graça de Deus. Todas nós estamos sujeitas ao erro, a sentimentos e emoções que podem nos fazer voar mais baixo, ou até mesmo nos prender. Cada uma de nós tem o seu “espinho na carne”, ainda que, na maioria das vezes, este não seja visível ou facilmente identificável.
Precisamos ter em mente que, infinitamente pior do que ter fraquezas, é usar uma máscara para escondê-las. Às vezes estamos tão acostumadas a passar uma imagem de que “está tudo bem” ou “não há nada aqui que precisa ser tratado” que colocamos uma máscara em nossos rostos e corações. Sem perceber, a fachada que construímos se torna parte de nós, e passamos a nos apresentar desta forma até mesmo diante de Deus.
Salmos 51:17 – “Os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás”. Deus não quer de nós uma imagem, Ele quer nosso coração, não importa o quão sujo, machucado ou quebrado ele esteja. O Senhor conhece nossos pensamentos, sonda nossos corações e consegue ver tudo o que tentamos esconder. Manter uma máscara diante de Deus é enganar a si mesmo e se privar da libertação e do refúgio que Ele pode ser para nós.
É necessário retirar as máscaras que usamos, tanto diante de Deus, quanto dos homens. Quando decidimos baixar a guarda, nos tornando vulneráveis para expor as nossas fraquezas, permitimos também que o Poder dEle atue em nós, sarando nossas feridas, limpando nossas sujeiras e dando descanso ao nosso coração.
Viver de fachada é desgastante, é uma armadilha. Se não nos despirmos de todo o orgulho e colocarmos diante de Deus quem realmente somos, andaremos por aí como vasos destruídos. Não há vergonha em expor nossos muitos medos: medo de errar, medo de não dar conta, medo de decepcionar, medo do que vão pensar, medo de ser julgada, medo de não ser aceita, medo de mudanças, medo de não ser boa o suficiente... Também não tem problema nenhum em buscar pessoas de confiança e confessar a elas nossos pecados e dificuldades. Se não houver confissão, não há cura (Tiago 5;16).
Paulo afirmou que, se fosse para ter orgulho de algo, seria de suas fraquezas, pois elas revelavam o Poder de Deus em sua vida. Nós nascemos para mostrar a luz de Cristo, para testemunhar o Seu amor e vida em abundância, para termos um relacionamento real com o Criador. Se agirmos como pessoas que não possuem problemas, como seu poder de restauração, vida e transformação será visto em nós?
Que tal pensar um pouco sobre isso hoje: será que tenho usado máscaras? Se sim, o que tenho tentado esconder? Após um tempo de reflexão, coloque seu coração diante do Senhor, retire sua máscara e se lance em seus braços de amor, então seja livre para começar o dia sendo exatamente quem você é.
Por Maria Eduarda Batistetti
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