Vamos continuar nessa perspectiva de planos e recomeços, falando de uma história contada em Lucas 1:26-38 e que deve estar bem fresca em nossa memória. Envolve uma personagem bem jovem: Maria, a mãe de Jesus.
Maria era natural de uma cidade bem humilde, que chegava mais a ser um povoado um tanto marginalizado (João 1:46). Quando recebeu o anúncio do anjo, que ficaria grávida e daria luz ao Messias, ela era bem jovem, em idade de casar, segundo a tradição do seu povo, e estava prometida como esposa a José.
Apesar de graciosa, a notícia provocou muito espanto para ela, acredito que não somente pelo fato de que conceberia mesmo sendo virgem, mas as palavras que o anjo estava dizendo mudaria a sua vida de ponta à cabeça. Afinal, ela era só uma jovem simples que estava se preparando para algo muito importante em sua cultura, e que faz parte dos sonhos de vida de muitas mulheres também hoje: casar e formar uma família.
Maria recebeu um propósito que poderia colocar em risco todos os seus planos de vida. Antes mesmo de pô-los em prática, ela teria que recomeçar de acordo com uma perspectiva totalmente nova. Isso a tiraria de um lugar cômodo, o de viver apenas o que era comum aos outros, e a guiaria numa jornada de dependência em Deus. Dizer sim àquele propósito também colocava a sua vida em perigo, pois ela poderia vir a ser acusada de adultério e levada ao apedrejamento.
Existem mais algumas coisas a aprender e trazer para nós nessa história.
Maria era jovem – A pouca experiência de vida não mudou o fato de que Deus tinha um propósito para ela.
Maria era alguém comum e vinha de um lugar humilde (Lucas 1:26) – Não havia nela algo extraordinário, e a escassez de recursos materiais não foi um empecilho para que o propósito se cumprisse.
Maria teve medo (Lucas 1:29) – Seres humanos não são super-heróis. Mesmo dizendo sim ao propósito, vamos enfrentar questionamentos e temores.
O Senhor estava com ela (Lucas 1:28) – Deus não nos dá um propósito e vira costas. Ele mesmo nos acompanha com sua presença ajudadora, consoladora, que nos dá a condição de cumprir.
O propósito tinha um fim específico (Lucas 1:31) – Manifestar a Salvação de Deus e fazer o nome dEle glorificado.
O propósito não foi vivido por força humana (Lucas 1:35) – O agir sobrenatural do Espírito Santo que fez a vivência do propósito se tornar possível.
Além disso, e apesar de dizer sim ao propósito, Maria não o compreendeu por completo de imediato. Algumas passagens bíblicas mostram que, quando alguém proferia palavras acerca de quem era o Filho gerado pelo Espírito em seu ventre e o que Ele faria, “Maria guardava todas essas coisas e sobre elas refletia em seu coração” (Lucas 2:19). Era como se buscasse compreender o que de fato aquilo significava. Com a gente também acontece assim, a jornada costuma parecer embaçada à frente dos nossos olhos. É um passo após o outro em obediência e confiança à direção que Deus for nos apontando.
Deus é tão grande, e nós somos tão limitados e pequenos, mesmo assim, e ainda que não mereçamos, Ele insiste em nos fazer participantes dos seus propósitos. Deus tinha um plano e incluiu Maria nele. Também estamos dispostas a fazer parte dos planos do Senhor? Quero te dizer que pode soar bem perigoso, mas será bem maior do que a melhor das metas que possamos alcançar por conta própria.
Somos servas do Senhor; que aconteça conosco conforme a Sua palavra! E que de agora em diante, todas as gerações nos chamem de bem-aventuradas!
Por Jeane Chaves Ramos
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