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16 - O fruto que alimenta

Se um dia alguém creu em seu coração e confessou com a sua boca que Jesus Cristo é o único e suficiente Salvador dela, uma coisa é certa, a partir daquele momento ela foi chamada à frutificar.


Para o cristão a frutificação não é uma escolha, é um designio. É um acontecimento consequente e natural ao se estar em Cristo. Suas palavras nos dizem: “Se alguém permenecer em mim e eu nele, esse dará muito fruto” (João 15:5a). E o propósito dessa frutificação é fazer o Pai glorificado (João 15:8).


Mas ao inverso da sociedade ativista que mede os nossa produção pela quantidade de afazeres, o processo de frutificação do cristão não tem a ver com o tanto de tarefas que ele realiza para Deus. Não tem a ver com quantos ministérios da igreja ele se envolve. Nem também quantas pessoas ele já ganhou para Jesus (como se isso fosse apenas números creditados em nossa conta).


Sou missionária integral em Cabo Verde, um país da África Ocidental, no outro lado do Atlântico. Passo a maior parte do meu tempo dedicando meu serviço a Deus, mas acredite, ainda não é isso a frutificação. Não é desse tipo de fruto sobre o qual Jesus falava e o que Ele aguarda de mim.


“Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça”(João 15:16). “Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio” (Gálatas 5:22).

O fruto que Jesus nos fala que daremos se estivermos nele não diz respeito aos resultados que podemos apresentar pelo nosso trabalho e esforço, pelo contário, diz respeito ao fruto do Espirito que por Ele mesmo é gerado e aperfeiçoado em nós.


Esse é o fruto que permanece. Ele começa em nós aqui, mas se prolongará por toda eternidade. O fruto que, primeiramente, deve servir de maneira tão genuína a nós, que em virtude disso nos levará verdadeiramente a trasparecer Jesus aos outros. É o fruto do Espírito que precisa ser gerado na gente, e o restante das coisas, o nosso servir, o nosso fazer para Deus, será apenas uma consequência dele.


Certa vez escutei uma ilustração que fez muito sentido para mim. Ela comparava o fruto do Espírito a uma tangerina(a mexerica em algumas regiões do Brasil). Uma fruta só, mas que contém vários gomos. Assim o fruto do Espírito é apenas um, mas que carrega em si seus nove atributos.


Algumas vezes pensei que estava seca, que o fruto do Espírito não estava mais sendo gerado em mim, mas compreendi uma coisa, o fato de uma árvore ainda não ter visivelmente à mostra um fruto aos olhos de quem espera algo dela, não significa que não esteja frutificando. É que seu fruto está passando por processos de desenvolvimento e crescimento até que esteja apto para saciar a fome de alguém.


Também em mim e você existem atributos do fruto do Espírito que ainda estão na etapa de ser desenvolvidos e crescer para então, depois, servir ao outro. E essa etapa é bem importante para que no final o fruto saia completo e saudável.


Penso que quando Jesus nos chamou para alimentar os famintos, Ele visionava as pessoas comendo do fruto do Espírito que foi gerado em nós. Imagina o triste saboreando da nossa alegria, o angustiado se fartando da nossa paz, o perverso desfrutando da nossa bondade, o ansioso se deliciando da nossa paciência, o irado se saciando da nossa mansidão e domínio próprio, o traído provando da nossa fidelidade, o duro de coração se nutrindo da nossa amabilidade e amor?! Isso sim, com certeza, faria diferença na escuridão de muitas pessoas!

Que o Espírito trabalhe em nós de modo que venhamos a dar muito fruto!


Por Jeane Chaves Ramos

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