“Desde a antiguidade fundaste a terra; e os céus são obra das Tuas mãos.” (Salmos 102:25)
Há alguns anos atrás, quando eu comecei a fazer as minhas viagens rotineiras rumo à universidade, achava o percurso fantástico. Era uma paisagem típica do agreste nordestino: vegetação seca, montanhas e muito sol.
Ficar sentada no assento que tinha janela para poder melhor ver a vegetação era sempre muito bom. Eu realmente gostava de sentir o vento em meu rosto ou o cheiro da terra molhada quando chovia. Deixava a janela bem aberta, sem cortina alguma atrapalhar. Observar as montanhas e o céu me fazia ter tempo para pensar e suspirar. Mas como todo o novo se torna remoto, depois de tanto passar pelo mesmo lugar, meus olhos se acostumaram rapidamente com a visão que outrora enchia-me o coração. Me acostumei tanto com a paisagem ao ponto de hoje já não me fazer diferença ou questão. Sequer desejo sentar perto da janela. Sequer quero sentar. O encanto pareceu-me perder-se em meio ao caos da rotina fatigante.
“Louvem-no os céus e a terra, os mares e tudo quanto neles se move.” (Salmos 69:34). E tal narrativa talvez pareça não fazer muito sentido, a menos que você se lembre das paisagens da sua vida com as quais se acostumou. Você olha agora e já não se deleita mais, nem se ouve suspiros e sorrisos, porque, afinal, estarão sempre ali.
Mas permita-me dizer que algumas paisagens não estarão mais lá quando você desejar olhar. Você pode não querer enxergar ou não conseguir por causa de tanto trabalho, estudo e estresse, mas a paisagem ainda está ali, esperando por você.
“Alegrem-se os céus, e regozije-se a terra: brame o mar e a sua plenitude. Alegre-se o campo com tudo o que há nele; então se regozijarão todas as árvores do bosque.” (Salmos 96:11-12).
Os céus, a terra, a obra prima das mãos de Deus. Tudo continua. Continua ali. Continua tentando te fazer ver a vida com leveza, continua tentando ser robusta e alegre. Quer te fazer encher os olhos. Quer soprar em seu rosto ao abrir a janela.
Deus nos permitiu a dádiva de ver e viver a vida. Essa vida que às vezes aperta o nosso coração e não nos deixa ver que existe um tanto de belo no caos, que existe algo de bom na dor, que há o que aprender no sofrimento.
Se permita ver que pequenas coisinhas magníficas estão acontecendo ao seu redor, e todas elas foram e são proporcionadas por Deus para te fazer ver que o amor do Pai é sem fim, é fonte inesgotável de vida. É gozo e alegria.
“Quando vejo os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua e as estrelas que preparaste; que é o homem mortal para que te lembres dele? E o filho do homem, para que o visites?” (Salmos 8:3-4).
“Ó Senhor, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome sobre toda a terra!” (Salmos 8:9).
Por Thatyane Pereira
Que devocional incrível!