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10 - Relacionamentos e recomeços

Gostamos da ideia de um novo ano ser uma nova página, mas recomeçar relacionamentos pode nos trazer a dúvida de "será que conseguiremos virar a página e recomeçar de uma nova forma?". Sentimos saudades dos bons momentos, mas também sentimos medo por causa das antigas decepções. "E, se acontecer de novo?", "e se mais uma vez não dê certo com essa pessoa?"


Paulo, o apóstolo de Cristo, ficou decepcionado quando João Marcos o abandonou no meio de uma missão importante (Atos 15.36-39). No entanto, algum tempo depois, percebendo que João Marcos estava fazendo falta, pois era muito útil, pediu para que voltasse (II Tm 4.11). Já aconteceu alguma situação parecida com você?


Houve um recomeço também entre Pai e filho na passagem do Filho Pródigo:


"A seguir, levantou-se e foi para seu pai. Estando ainda longe, seu pai o viu e, cheio de compaixão, correu para seu filho, e o abraçou e beijou. O filho lhe disse: ‘Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho[a]’. Mas o pai disse aos seus servos: ‘Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam nele. Coloquem um anel em seu dedo e calçados em seus pés. Tragam o novilho gordo e matem-no. Vamos fazer uma festa e alegrar-nos. Pois este meu filho estava morto e voltou à vida; estava perdido e foi achado’. E começaram a festejar o seu regresso." (Mateus 15.20-24 adaptado).


A atitude do Pai diante da volta do filho é de muita alegria e amor. Não vemos no comportamento do Pai desconfiança, indiferença, desprezo, raiva. Ao contrário, Ele devolve tudo o que o filho tinha perdido, e festeja junto com ele esse novo momento de proximidade.


O reencontro de José com os irmãos também foi muito marcante, e apesar da relutância inicial de José em receber os irmãos, logo em seguida ele demonstra grande compaixão e generosidade com àqueles que anos antes o tinham jogado em um poço com a intenção de matá-lo (Gn 45.1-8).


O que nos impediria hoje de receber pessoas de volta, com as mesmas atitudes como a de Paulo, a do Pai do Filho Pródigo ou a de José?


"É mais difícil reconquistar um amigo ofendido que uma cidade fortificada; as discussões separam amigos como um portão trancado." (Provérbios 18:19)


Tem estado ofendida com alguém que precisa abraçar mais uma vez? O que fazer quando sentimos resistência em deixar as ofensas para trás? Há momentos em que nossos corações se fecham como fortalezas, nos trancamos por dentro de tal modo que, quando decidimos abrir as portas não sabemos por onde começar.


"Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos" (Tiago 5:16).


Podemos começar confiando nossas culpas a alguém. Se existem resistências em nossos corações, provavelmente estamos precisando acolher mais do perdão de Deus em nosso peito. Dividir com alguma irmã ou irmão nossos conflitos, pode nos sarar. Deus nos perdoa constantemente e quer nos ensinar todos os dias a ter a mesma atitude. Mas existem momentos em que falar com mais alguém, além de Deus, é fundamental para nos abrirmos novamente a relacionamentos.


Mesmo que as trancas dos nossos corações estejam emperradas, é possível que a decisão de perseverar, nos esforçando no exercício da fé (em oração, na Palavra e com passos práticos), para viver as atitudes que agradam o coração do Pai, seja o investimento que falta de nossa parte para estarmos mais uma vez com os corações abertos.


Por Bárbara dos Santos

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