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Foto do escritorBárbara Uinan Moraes dos Santos

UMA RECEITA, IDENTIDADE E POSICIONAMENTO

Podemos fazer para o almoço uma única receita, um único prato, com diferentes ingredientes. Ou, podemos fazer várias receitas que poderão compor o nosso prato do almoço. Seja qual for a opção de preparo que escolhermos, no final das contas, queremos alimentar e ser alimentados. Quanto maior a quantidade de receitas preparadas e disponíveis na hora do almoço, maiores serão as chances de agradarmos aqueles que serão servidos. Mas, apesar da grande quantidade de preparos sobre a mesa, é possível que, alguém não encontre algo que lhe agrade, e por isso, opte ir a outro lugar. Se compararmos a nossa vida e a singularidade de quem nós somos à uma receita única e especial, entendemos que é possível agradar a uns, e a outros não; que alguns se aproximarão de quem nós somos, e outros se afastarão; e entendemos que, se deixarmos de servir, sendo quem nós somos, podemos contribuir para que alguém saia da casa sem ser servido em uma necessidade específica, ou saia por não conseguir se conectar com alguém, ou com o modo de servir de cada um.


“Portanto, pensem nisto: Quem sabe que deve fazer o bem e não o faz comete pecado.” (Tiago 4.17)


O Senhor nos criou únicos. Apesar de, como pessoas, todos termos a mesma estrutura, cada um é de um jeito, tem uma história. Desse modo, temos uma trajetória de autoconhecimento só nossa, que só é possível ser vivida plenamente quando olhamos para Deus, e buscamos em quem Ele é, com a ajuda dele, do Espírito Santo, conhecermos mais a nós mesmos, pois Ele é o nosso Criador.


No entanto, somos tentados todos os dias a adicionar às nossas identidades ingredientes que não agradam ao coração de Deus (sejam porque são pecado segundo a Palavra, sejam porque destoam do nosso “eu” original). Tem alguma característica “sua” que você tem defendido como sua, mas que entristece o Espírito Santo? Tem algo que foi moldado pelo mundo em que vivemos em você, mas que não condiz com quem o Senhor lhe fez para ser? Estamos em construção, como povo e propriedades exclusivas de Deus temos revelado constantemente a obra dele em nós - como cooperadores dessa obra, precisamos estar atentos a quem estamos nos tornando.


“Tenho certeza de que aquele que começou a boa obra em vocês irá completá-la até o dia em que Cristo Jesus voltar.” (Filipenses 1.6)


Daniel foi alguém que foi levado de sua cidade para servir em outra. E, mesmo tendo seu nome mudado pelo rei local, não perdeu sua identidade e valores.


“Daniel resolveu não se contaminar com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; por isso, pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não se contaminar. E Deus concedeu a Daniel misericórdia e compreensão da parte do chefe dos eunucos.” (Daniel 1.8-9)


A mesa do rei era farta, cheia de finas iguarias. Possivelmente estava repleta de pratos que Daniel nunca havia provado – ainda assim, por fidelidade a Deus, e convicto de quem ele era em Deus, não quis provar do que estava sendo oferecido à ele naquela cultura – ele sabia que alimentar-se daquilo seria contaminar-se, ao invés de ser fortalecido.


Do mesmo modo, precisamos nos fortalecer no Senhor e na força do seu poder (Ef 6.10), para rejeitarmos banquetes que só nos contaminam. De que você tem se alimentado? Tem sido de fontes que lhe contaminam ou que fortalecem sua identidade?


“E não vivam conforme os padrões deste mundo, mas deixem que Deus os transforme pela renovação da mente, para que possam experimentar qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.


Porque, pela graça que me foi dada, digo a cada um de vocês que não pense de si mesmo além do que convém. Pelo contrário, pense com moderação, segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um.” (Romanos 12:2-3).


Você tem cooperado com o trabalhar do Espírito Santo em você? Tem encontrado alegria em conhecer mais a Deus e a si mesmo? Ou, as preocupações em alcançar os padrões do mundo tem sufocado essa alegria no seu coração? Assim como Daniel, mesmo inseridos em uma cultura corrupta, podemos preservar a nossa identidade e permanecer sendo aperfeiçoados pelo Senhor.


Entender quem somos, e pensar de forma moderada sobre nós mesmos e a respeito da nossa fé, é um processo, um desafio. Mas o Senhor não nos desampara, nem nos abandona, é Ele quem cuida de nós.

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