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Tamar – Não viva como vítima

Saia do lugar de vítima, aprenda a agir

"Judá os reconheceu e disse: ‘Ela é mais justa do que eu, pois eu devia tê-la entregue a meu filho Selá’. E não voltou a ter relações com ela.” Gênesis 38.28


A história de Tamar aparece em Gênesis 38, e ocorre simultaneamente à história de José, no Egito. Judá era um dos irmãos mais velhos de José, e a Bíblia nos conta que perto da época em que José foi vendido pelos midianitas a Potifar, Judá deixou seus irmãos e passou a viver na casa de um homem de Adulão.


Estando Judá ali, Tamar se casou com dois dos filhos de Judá, primeiro com Er e, depois de sua morte, com Onã, que também morreu. Ambos foram mortos por Deus devido às suas más condutas. De acordo com a lei, Judá deveria ter dado a Tamar também Selá, seu terceiro filho, mas por medo de que ele também morresse, Judá não cumpre essa promessa, dizendo para Tamar viver como viúva na casa de seu pai até que Selá crescesse.


Quando Tamar percebeu que seu sogro não havia cumprido a sua promessa de entregar-lhe Selá, sabendo que ele visitaria a sua cidade, trocou suas roupas de viúva e cobriu-se com um véu. Assim, disfarçada como uma prostituta, convenceu Judá a deitar-se com ela, o que resultou em uma gravidez de gêmeos, Perez e Zerá.


Quando Judá soube que Tamar havia engravidado, ele a condenou à morte por prostituição, mas ao ser revelado que ele próprio era o pai, reconheceu seu erro e declarou que ela era mais justa do que ele. Tamar assim garantiu a sua descendência, que faz parte da genealogia de Jesus conforme mencionado em Mateus 1.3. Através de seu filho Perez, Tamar deixou de ser uma viúva desamparada e foi incluída na genealogia de Jesus.


Os ensinamentos de Tamar

Dois pesos e duas medidas

Mais de uma vez na história Judá age de forma injusta e imparcial. Primeiramente, Judá considera que o motivo dos seus filhos morrerem não eram as suas más condutas, mas que isso era de alguma forma responsabilidade de Tamar. Em segundo lugar, Judá não entrega a ela seu filho Selá, sendo injusto tanto com Tamar quanto com seu filho. Por último, a condena por prostituição, mas releva o fato de ter estado com uma prostituta. Observe se de alguma forma você não está julgando as situações da sua vida de acordo com os seus próprios interesses, sendo incoerente e desonesto em seus julgamentos, apontando o erro do outro mas relevando os seus.


Saia da posição de vítima

Tamar, como uma viúva que não tinha filhos, estava em uma posição bastante desfavorável, mas ela não se agarrou às suas dificuldades, pelo contrário, ela agiu. Tamar sabia o que deveria receber, e lutou por isso. Muitas vezes, pessoas que estão em posição de vítima não fazem nada, e usam as suas dificuldades como desculpa para isso. Precisamos escolher se diante das dificuldades cultivaremos o vitimismo ou se tentaremos mudar a situação.


Se nada fizermos, nada muda

Se Tamar não tivesse ido atrás de seus direitos e tivesse permanecido na casa de seu pai, é provável que ela não estaria presente na genealogia de Jesus. Tamar agiu da forma que agiu por estar buscando a justiça, e por mais que possamos identificar pecado em sua forma de agir, o próprio Judá reconhece que ela foi justa quando ele não foi. Muitas vezes podemos desejar que a nossa situação mude sem de fato agir para que isso aconteça. O que você está enfrentando hoje que poderia ser diferente se você agisse? Existem situações em que somos chamadas a esperar (como o período em que Tamar esperou), e existem situações em que o mais coerente é agir (assim como Tamar também agiu). Que conheçamos a Palavra de Deus e tenhamos discernimento para saber o momento certo de esperar e de agir.


Tamar foi uma mulher inteligente, corajosa e determinada, e nós também somos chamadas a ser. Ela não se acovardou diante daquilo que era seu direito e agiu com mais justiça do que seu sogro, como ele mesmo reconheceu. Que Tamar nos inspire a viver com coragem, determinação e força, buscando aquilo que é nosso direito para a glória do Senhor.







Referências base:

BÍBLIA DE ESTUDO DA FÉ REFORMADA. Tradução de João Ferreira de Almeida – Edição Revista e Atualizada. São Paulo: Editora Fiel, 2021.

WALTON, John. Comentário histórico e cultural da Bíblia: Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2018.

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