A comparação é um aspecto presente em nossa vida desde muito cedo, mesmo que de maneira sutil. No momento em que nascemos – ou até antes – já começamos a ser expostos à comparação:
“Esse bebê nasceu de parto normal, mas aquele outro a mãe precisou fazer uma cesárea.”
“Essa criança foi amamentada somente com leite materno, mas aquele outro não conseguiu aderir ao seio. Precisou tomar formula.”
“Ele aprendeu a andar mais cedo do que o irmão.”
“A irmã dela quando tinha essa idade já falava tudo.”
E assim vamos crescendo medidos por parâmetros alheios os quais não sabemos nem quem os fixaram. Estes julgam se somos bons ou ruins, se batemos a meta ou se ficamos a desejar. Alguns mais outros menos, mas é muito raro que alguém nunca tenha passado por uma situação em que foi comparado. Até que assumimos a mesma posição e repetimos a mesma atitude sobre nós mesmos ou sobre outros.
A comparação é como uma balança adulterada, é injusta. Ela nunca nos diz: “seu irmão é muito bom em matemática, mas olha você com seu ótimo desempenho em inglês!”. Ao contrário, a comparação sempre nos leva a medir a nossa fraqueza com a força do outro. Nos induz a olhar para aquilo que temos em falta e que o outro tem com abundância. Mas não foi para isso que Deus nos criou.
"Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou". (Gênesis 1:27).
O Senhor nos criou com várias caras, várias cores, personalidades, temperamentos, realidades de vida, estilo pessoal... em todas essas diferenças e singularidades, temos algo em comum: o privilégio de termos recebido características do próprio Deus e que Ele deseja manifestar ao mundo por meio de nós.
Temos também histórias únicas.
A verdade de ser bem sucedido não está em possuir a mesma história ou alcançar as mesmas coisas do outro, mas em viver o plano e a vocação pessoal direcionada por Deus. Vejamos na Bíblia: Deus levantou Débora como juíza, à Maria chamou para ser mãe e à Priscila lhe pôs como líder e discipuladora na Igreja. Três mulheres diferentes com propósitos diferentes. Qual delas viveu as mesmas coisas? Qual delas foi menos sucedida? Qual história teve menos valor?
“Cada um exerça o dom que recebeu para servir aos outros, administrando fielmente a graça de Deus em suas múltiplas formas”. (1ª Pedro 4:10).
Ele também, pela sua infinita graça, tem distribuído dons conforme a Sua vontade, e os mais variados talentos capacitando a nós, suas filhas para viver conforme a vocação que Ele as entregou.
Somos diversas e singulares, plurais e únicas.
E por assim sermos, seguiremos influenciando e inspirando. Permitindo que Deus seja visto através da porção única depositada em nós.
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