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Foto do escritorDanielli Cadore

Mateus 5.43-48 – O amor aos inimigos

5:43 Amor é ação

"Vocês ouviram o que foi dito: ‘Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo’.”


Ao contrário do que Jesus vinha fazendo até aqui, dando a interpretação correta para a lei do Antigo Testamento, Jesus está agora rebatendo um pensamento comum da época, que não se encontra na Bíblia. Se o pensamento vigente era o de amar o seu próximo e odiar o seu inimigo, Jesus está dizendo que no Reino de Deus não é assim que as coisas funcionam.


Um inimigo pode ser alguém que nos odeia, nos persegue, nos diminui ou nos ofende, e ao contrário da reação comum, de odiar quem nos odeia, Jesus nos chama a amar quem nos odeia. A maneira de conseguir colocar em prática o que Jesus ensina é entendendo que o amor cristão não é uma emoção, mas uma ação. O amor não tem a ver com sentimentos, mas tem a ver com atitudes.


Para amarmos os nossos inimigos devemos entender que Deus faz isso. O sol brilha sobre os justos e sobre os injustos, assim como a chuva cai sobre os justos e sobre os injustos. Deus compartilha o bem com todos, mesmo aqueles que os rejeitam. Quando entendemos isso, somos também impulsionados a fazer o bem, mesmo àqueles que aos nossos olhos não merecem esse bem.


Ainda, amar os inimigos é um testemunho de quem vive de acordo com a vontade de Deus, e não de acordo com as suas próprias motivações. Testemunhamos quem Deus é através do nosso amor a quem não merece, pois compreendemos que também recebemos um amor imerecido do Senhor.


5:44-45 Amor é oração

"Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem, para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos céus. Porque ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos.”


Esse trecho nos mostra a relação que existe entre amar e orar. Jesus mostra que uma forma de amar os inimigos é orando por eles. Isso acontece porque, quando oramos, a oração também nos molda, e nos faz olhar para o outro como alguém digno de ser respeitado.


Tratar alguém como um inimigo pode fazer com que essa pessoa seja desumanizada aos nossos olhos, e ao fazer isso, fica muito mais difícil agir com amor. A oração nos leva a olhar novamente para essas pessoas como seres criados por Deus, e a clamar por suas vidas.


Ore por aqueles que você colocou como inimigos em sua vida, ou que de alguma maneira te magoaram ou ofenderam. Ore, pois o amor não é um sentimento, mas uma ação. Assim, demonstramos que somos filhos de Deus, e isso jamais será viver de uma maneira tola.


5:46-47 O amor vai além do óbvio

"Se vocês amarem aqueles que os amam, que recompensa receberão? Até os publicanos fazem isso! E se vocês saudarem apenas os seus irmãos, o que estarão fazendo de mais? Até os pagãos fazem isso!”


Continuando no mesmo raciocínio, Jesus está dizendo que amar quem nos ama é algo que acontece de forma natural, não exige esforço. Amar uma pessoa que faz o bem e demonstra isso para conosco é fácil.


Mas como podemos, então, amar alguém que faz o mal? Não precisamos considerar que essas pessoas são boas. Amar os inimigos não significa desconsiderar os seus erros. Conforme C.S. Lewis: “Amar o próximo é desejar o seu bem, sem ter de sentir afeto nem dizer que ele é gentil quando ele não é”.


Não devemos nos enganar a nós mesmos, considerando como boa uma pessoa ou atitude que vai contra a vontade de Deus. O que devemos fazer é ter a disposição de orar pelo próximo, agir com gentileza e, no nosso coração, não desejar o seu mal. Sem cair no engano de achar que devo justificar o meu inimigo para que assim eu possa amá-lo, dessa forma, estaremos apenas repetindo a atitude de amar quem nos ama.


5:48 O alvo perfeito

"Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês.”


No versículo 48, Jesus nos chama a buscar a perfeição de Deus. Mesmo que saibamos que isso é impossível de alcançar, esse deve ser o nosso alvo. Nosso alvo é ser perfeito como é o nosso Pai, e uma das marcas dessa perfeição é amar aquelas pessoas que não nos convém amar.


O que nos capacita a viver amando os nossos inimigos é o nosso compromisso com o Senhor. Se o nosso compromisso for com pessoas, seremos tentados a deixá-lo de lado quando nos decepcionamos com alguém, mas quando o nosso compromisso é com Deus, ele perdura. Podemos nos alegrar de não precisar caminhar sozinhos, pois o mesmo Deus em que confiamos caminha conosco, nos auxiliando a viver em amor.


Confie em Deus, e se esforce para viver de forma diferente daqueles que não seguem a Jesus, e que amam apenas quem os ama. A partir de hoje você pode viver o amor como uma atitude, e não como um sentimento. Comprometa-se a amar os seus inimigos, assim como Deus demonstrou seu amor por você quando você não merecia.


Autoria: Danielli Cadore

Revisão: Rafael Loureiro





BÍBLIA DE ESTUDO DA FÉ REFORMADA. Tradução de João Ferreira de Almeida – Edição Revista e Atualizada. São Paulo: Editora Fiel, 2021.

FERGUSON, Sinclair. O Sermão do Monte. São Bernardo do Campo: Editora Trinitas, 2019.

LLOYD-JONES, D. Martyn. Estudos no Sermão do Monte. São Paulo: Editora Fiel, 1984.

PFEIFFER, Charles. Comentário Bíblico Moody: Volume 2. São Paulo: Editora Batista Regular, 2019.

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WESLEY, John. Comentário Bíblico.

WESLEY, John. O Sermão do Monte. São Paulo: Editora Vida, 2012.

WIERSBE, Warren. Comentário Bíblico Expositivo: Novo Testamento: Volume I. São Paulo: Geográfica editora, 2006.

1 Comment


Guest
Jul 19

Ótimo essa explicação, modo prático e saudável de ensinar o verdadeiro amor, o amor que Jesus nos ensinou. Parabéns Deus o abençoe cada dia mais. Hoje no nosso pequeno grupo em casa, estarei ministrando sobre esse assunto, que Deus seja comigo como foi com você ao escrever um texto rico dentro da Palavra. José Reis

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