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Foto do escritorDanielli Cadore

Jael – Feminilidade bíblica

Uma mulher que nos faz reconsiderar nossos padrões

"Que Jael seja a mais bendita das mulheres, Jael, mulher de Héber, o queneu! Seja ela bendita entre as mulheres que habitam em tendas! Ele lhe pediu água, e ela lhe deu leite; numa tigela digna de príncipes trouxe-lhe coalhada. Ela estendeu a mão e apanhou a estaca da tenda; e com a mão direita o martelo do trabalhador. Golpeou Sísera, esmigalhou sua cabeça, esmagou e traspassou suas têmporas. Aos seus pés ele se curvou, caiu e ali ficou prostrado. Aos seus pés ele se curvou e caiu; onde caiu, ali ficou, morto!” Juízes 5.24-27


Jael está diretamente ligada com a história de Débora, e desempenha um papel importantíssimo na libertação de Israel da opressão dos cananeus. Após a batalha entre os israelitas e os cananeus relatada em Juízes 4, Sísera, o líder cananeu, foi persuadido por Jael a entrar em sua tenda enquanto fugia, pensando que ali estaria seguro.


O texto nos diz que, ao recebê-lo, Jael ofereceu-lhe leite, e Sísera, exausto por causa da batalha, dormiu. Durante o sono de Sísera, Jael pegou uma estaca de sua tenda e um martelo e o golpeou, o matando. Essa ação foi decisiva na vitória israelita, e cumpriu o que Débora havia dito sobre Sísera ser entregue nas mãos de uma mulher. No capítulo 5 de Juízes, no conhecido cântico de Débora, Jael é lembrada e descrita como bendita entre as mulheres. 


Os ensinamentos de Jael

O que está em suas mãos?

Um ponto interessante dessa história é que, quando Sísera estava na tenda de Jael, ela usou aquilo que tinha ao seu alcance para acabar com o líder do exército inimigo. Ao invés de se lamentar por não ter uma arma propícia, ou até de ir atrás de uma arma, Jael usa aquilo que fazia parte do seu cotidiano, referente a montar sua tenda. Em um mundo que hoje nos estimula cada vez mais à insatisfação, somos levados a pensar que sempre precisamos de algo a mais, e isso afeta até mesmo o nosso relacionamento com Deus. Diante disso, o exemplo de Jael nos recorda de fazermos a nossa parte com aquilo que temos em mãos.


Não se compare

Ao lermos o capítulo 4 de Juízes, algo que chama muito a atenção é o contraste existente entre Débora e Jael, as duas mulheres que podem ser encontradas no texto. Apesar de as duas mulheres serem usadas pelo mesmo Deus, elas são completamente distintas uma da outra. Enquanto Débora foi usada como profetisa e juíza, exercendo uma liderança estratégica, Jael agiu de maneira prática. Essa história nos ensina que a comparação sempre será negativa, pois ao nos compararmos, perderemos de foco quem Deus nos criou para ser e como devemos viver para servi-lo, querendo viver e fazer aquilo que cabe ao outro. 


A vitória veio por mãos de mulheres

Atualmente, é possível encontrar muitos discursos que querem definir o que é feminilidade bíblica, no entanto, muitos desses padrões não enquadram as mulheres presentes nesse texto bíblico. Um padrão que impede mulheres de agir por conta própria, ou de ocuparem posições de liderança, acusa Jael e Débora de não serem mulheres bíblicas. Isso nos leva a refletir se o que tem sido ensinado sobre feminilidade (e também sobre masculinidade) bíblica é de fato baseado na Bíblia, ou se está fundamentado apenas em preferências pessoais. Preocupe-se em ser aquela que a Bíblia te ensina a ser, sem se preocupar em se encaixar em um padrão humano.


Essa história nos lembra que o Deus que usou Débora e usou Jael também pode nos usar, e que nós temos que ter uma atitude semelhante a essas mulheres de coragem, ação e confiança no nosso Senhor. Não nos moldando a padrões humanos, mas buscando viver segundo o padrão do nosso Senhor e Salvador.






Referências base:

BÍBLIA DE ESTUDO DA FÉ REFORMADA. Tradução de João Ferreira de Almeida – Edição Revista e Atualizada. São Paulo: Editora Fiel, 2021.

WALTON, John. Comentário histórico e cultural da Bíblia: Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2018.

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