Até onde você está disposto a ir para defender seu ponto de vista? Em tempos como este, no qual os ânimos parecem se exaltar mais do que o normal, o que mais tenho visto nas redes sociais e na convivência com os irmãos se assemelha muito a uma situação descrita em Atos 19.
A assembleia estava em confusão: uns gritavam uma coisa, outros gritavam outra. A maior parte do povo nem sabia por que estava ali. Atos 19;32.
Mesas de jantar e aniversários tem sido invadidas por contendas. Diversos tipos de relacionamento, histórias e memórias têm sido invalidados por divergências de pensamento. O olhar de amor tem se tornado um olhar de desprezo. Filhos desprezam os pais, pais se decepcionam com filhos, amigos já não se falam mais e a mesa se torna, a cada dia, mais vazia. Uns opinam de cá, outros debatem de lá e muitos são levados com a maré...
Cheios de orgulho, olhamos para o outro com superioridade “você não sabe de nada, não entende, não enxerga. Eu estou certo. Não quero mais te ouvir...”. A intolerância que tanto lutamos para extinguir, surge em um novo campo “não vamos mais conversar, a amizade acaba aqui. Não quero visitar parentes, vão falar coisas ridículas, como sempre, prefiro ficar em casa...”. Preferimos não lidar com aqueles que pensam diferente e que fazem escolhas diferentes das nossas, gritamos, xingamos, cortamos laços, mas não desistimos de dar a última palavra... Não poderíamos estar mais distantes dos ensinamentos de Cristo.
Jesus, no sermão do monte, disse: bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus (Mateus 5:9). Desde muito antes, o Mestre já nos apontava o caminho da paz. Ser um pacificador não significa não ter opinião ou omiti-la, mas sim saber como, onde e quando expressar suas preferências. Ser um pacificador significa escolher manter relacionamentos e uma boa convivência ao invés de “sair como certo”. Um pacificador sabe quando se calar, mesmo que não concorde com uma palavra do que esteja sendo dito. Um pacificador sabe conduzir a situação de maneira leve e tranquila, evitando que tudo se torne uma grande discussão.
As muitas vozes nos distraem da principal mensagem que carregamos “esta é a mensagem que vocês ouviram desde o princípio: que nos amemos uns aos outros. (1 João 3:11). O amor pelo próximo deve vir, sempre, em primeiro lugar. Quando somos contrariados e ofendidos, nosso orgulho é ferido e o que menos sentimos é amor. No entanto, o amor é uma decisão. Não precisamos mudar de opinião ou concordar com tudo o que o outro diz, só precisamos decidir amá-lo, de novo e de novo. O Senhor nos chamou para amar a todos, incluindo os que pensam diferente de nós. Se for para escolher uma batalha, escolha batalhar pelo amor ao próximo.
Comments