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Foto do escritorDanielli Cadore

As filhas de Zelofeade – Pedidos justos para um Deus justo

Mulheres que buscam seus direitos

"Aproximaram-se as filhas de Zelofeade, filho de Héfer, neto de Gileade, bisneto de Maquir, trineto de Manassés; pertencia aos clãs de Manassés, filho de José. Os nomes das suas filhas eram Maalá, Noa, Hogla, Milca e Tirza. Elas se prostraram à entrada da Tenda do Encontro diante de Moisés, do sacerdote Eleazar, dos líderes de toda a comunidade e disseram: ‘Nosso pai morreu no deserto. Ele não estava entre os seguidores de Corá, que se ajuntaram contra o Senhor, mas morreu por causa do seu próprio pecado e não deixou filhos. Por que o nome de nosso pai deveria desaparecer de seu clã por não ter tido um filho? Dê-nos propriedade entre os parentes de nosso pai’.” Números 27.1-4


A história das filhas de Zelofeade se encontra no livro de Números, e está relacionada com a distribuição da herança e com a divisão das terras para o povo hebreu. No tempo em que essa história aconteceu, somente os filhos homens tinham direito a herança, e visto que Zelofeade, do clã de Manassés, havia morrido e deixado apenas filhas mulheres, elas ficariam assim desamparadas.


É então que as filhas de Zelofeade entram em ação, pedindo para receber a parte da herança referente ao seu pai. Diante desse pedido, Moisés se dirige ao Senhor, e a palavra nos diz que Deus responde positivamente a esse pedido. Ainda, o Senhor dá uma ordem que se aplica a todos os israelitas sobre como deveria acontecer a passagem da herança caso um homem morresse sem deixar filhos. Em Josué 17 é possível ver como após a conquista da terra prometida essas mesmas mulheres puderam reivindicar aquilo que era seu.


Os ensinamentos das filhas de Zelofeade

Não foi Moisés que atendeu a petição delas, foi Deus

Facilmente podemos concluir que Moisés atendeu a petição dessas mulheres, afinal, ele é o personagem mais conhecido dessa história, mas não podemos nos esquecer que a atitude tomada por Moisés foi a de falar com Deus, que estabeleceu o que aconteceria. Precisamos compreender que quem advoga em nosso favor não são os homens, mas Deus. A resposta final não vem de homens, mas de Deus. Eu não sei pelo que você está lutando, qual sua causa ou petição, mas eu sei que Deus pode advogar a seu favor. 


Pedidos justos a um Deus justo

Elas pediram o que era justo a um Deus justo, e por isso receberam. Muitas pessoas apoiam-se em versículos como “e tudo o que pedirem em oração, se crerem, vocês receberão” (Mt 21.22) para afirmar que Deus realiza todos os nossos desejos e vontades, mas esquecem-se do versículo que diz: “Quando pedem, não recebem, pois pedem por motivos errados, para gastar em seus prazeres” (Tg 4.3). Um Deus justo e santo não concede desejos ímpios e injustos. Por vezes, podemos nos frustrar em não ter uma oração respondida, mas nos esquecemos de sondar se essa oração e desejo são totalmente justos, ou se na verdade eles escondem pecados. Até mesmo bons desejos podem tornar-se pecaminosos. Você tem feito pedidos justos a um Deus justo?


Vá em busca do que precisa, seja direta!

Essas mulheres nos ensinam duas coisas: agir diante da necessidade e sermos diretas. Essas mulheres não fizeram rodeios, não criaram uma narrativa triste nem inventaram uma história, elas explicaram seu caso e esperaram uma resposta. Quantas vezes você não agiu manipulando o outro através de um drama ou de uma voz doce? O que você precisa de verdade? Qual é a sua causa? Seja direta sobre isso, seja sincera, não use máscaras. É melhor receber um “não” tendo agido com sinceridade e verdade, do que um “sim” conquistado através de manipulação.


Essa história nos ensina a maneira correta de buscar justiça e nossos direitos, a não cruzar os braços e não agir de maneira dissimulada, mas com justiça diante de um Deus justo.







Referências base:

BÍBLIA DE ESTUDO DA FÉ REFORMADA. Tradução de João Ferreira de Almeida – Edição Revista e Atualizada. São Paulo: Editora Fiel, 2021.

WALTON, John. Comentário histórico e cultural da Bíblia: Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2018.

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