Um dos louvores que cantamos e dançamos com as crianças nos cultos infantis do projeto que faço parte, quase sempre me confronta em um trecho que diz: “não vou ficar chorando vendo a vida passar, vou entoar meu canto, louvando com alegria até o sol raiar!”.
A murmuração concentra nossa atenção nas coisas que não foram ou não estão do jeito que gostaríamos, nos atrapalhando de contemplar as maravilhas que o nosso Deus realiza todos os dias, enquanto a vida passa bem diante dos nossos olhos. Ela nos cega. Endurece o nosso coração. Afasta de nós o espírito de gratidão. Aconteceu isso com o povo de Israel.
Após terem o seu clamor respondido e serem libertos das centenas de anos de sofrimento e escravidão no Egito, os israelitas ainda não estavam satisfeitos. Eles foram testemunhas oculares e provaram de alguns dos sinais mais extraordinários de livramento e providência do Senhor, mas ainda não estavam contentes.
“Eles esqueceram o que ele tinha feito, as maravilhas que lhes havia mostrado. Ele fez milagres diante dos seus antepassados, na terra de Zoã. Dividiu o mar para que pudessem passar, fez a água erguer-se como um muro. Ele os guiou com a nuvem de dia e com a luz do fogo de noite. Fendeu as rochas no deserto e deu-lhes tanta água como a que flui das profundezas; da pedra fez sair regatos e fluir água como um rio. Mas contra ele continuaram a pecar, revoltando-se no deserto contra o Altíssimo. Deliberadamente puseram Deus à prova, exigindo o que desejavam comer” (Salmos 78:11-18).
Pode até ser comum se questionar porque Deus ainda continuava amando e cuidando de um povo tão ingrato! Mas tem uma coisa, Israel sou eu! Porque as palavras de murmuração não foi só um problema dos hebreus no passado, é meu também. É nosso! E pode acontecer de maneira bem sútil. Murmuramos de quase tudo. Se queremos e não temos. Se recebemos achamos que ainda falta algo a mais. E a busca se torna quase infinita. A murmuração de alguma maneira é como se disséssemos para Deus que se estivéssemos no lugar dele nos daríamos coisa melhor e o que Ele faz por nós não é suficientemente bom.
Mas Jesus certa vez contou uma parábola que nos ensina muito a respeito disso: “O Reino dos céus também é como um negociante que procura pérolas preciosas. Encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo o que tinha e a comprou” (Mateus 13:45-46). O negociante deu tudo o que tinha e encerrou sua busca, compreendeu que não havia mais nada para encontrar. Não haveria mais nada no mundo tão valioso quanto aquilo que encontrou. Estava satisfeito.
Enquanto a nós? Será que as nossas palavras de murmuração revelam que ainda não vivemos uma vida em que Jesus é suficiente e a graça do Senhor nos basta? O que tanto procuramos e continuamos tão insatisfeitos? O que estamos esperando obter para de fato sermos felizes? Onde entendemos que é a nossa fonte de alegria e satisfação? Acaso poderemos encontrar tesouro maior do que Cristo?
Jesus quer ser nosso tesouro suficiente. O Seu amor dura para sempre. Por causa dele somos herdeiros de Deus e de suas promessas. Ele é o pão que nos alimenta e jamais teremos fome, a água que sacia eternamente nossa sede. Ele é o que provê não o que queremos, mas de fato o que necessitamos.
Quando a murmuração e a ingratidão quiserem roubar o seu coração, medite em versículos que declaram a suficiência de Jesus. Aqui estão alguns deles: Salmos 23:1, Mateus 6:26, João 4:14, João 6:48.
Por Jeane Chaves Ramos
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