“José um levita de Chipre, a quem os apóstolos deram o nome de Barnabé, que significa ‘encorajador’” (Atos 4:36).
O capítulo quatro de Atos conta para nós sobre a vida cristã comum entre aqueles que decidiam por ser seguidores de Jesus. Os que criam na mensagem do Evangelho, por iniciativas próprias, compartilhavam daquilo que tinham para suprir as necessidades uns dos outros. No meio da narração de todos esses acontecimentos marcantes do início da Igreja, o texto aparenta abrir parêntese para fazer destaque especial a um personagem.
José, o levita de Chipre, mais conhecido por nós como Barnabé, é um personagem dos tempos da Igreja Primitiva que nos confronta e ensina com seu exemplo de cristão. O nosso conhecimento a respeito dele normalmente está muito mais ligado ao episódio da primeira viagem missionária em Atos 13 quando ele, juntamente com Paulo são separados pelo Espirito Santo e enviados à missão. Mas, na verdade, a primeira vez que a Bíblia faz menção de Barnabé é para destacar a sua virtude de encorajador.
O texto não nos dá muitos detalhes do porquê os discípulos o batizaram com esse novo nome de um significado tão especial, mas conhecendo o contexto da Igreja naquela época, de tantos desafios e perseguições por parte de vários grupos, não é difícil imaginar como esse atributo de José de Chipre foi importante.
Barnabé também foi quem motivou os discípulos a acreditarem no testemunho da conversão de Saulo/Paulo (Atos 9:27) e incentivar novos crentes em Antioquia a perseverarem no Evangelho de tal maneira que foi a primeira vez que os discípulos foram chamados “cristãos” (Atos 11:26).
Ao contrário do encorajamento temos as palavras desmotivadoras, um exemplo disso está em Números 13 e 14, quando Deus disse a Moisés que enviasse chefes de cada tribo à Canaã para um reconhecimento de território.
“Mas os homens que tinham ido com ele disseram: ‘Não podemos atacar aquele povo; é mais forte do que nós’. E espalharam entre os israelitas um relatório negativo acerca daquela terra” (Números 13:31-32).
Todos com exceção de Josué e Calebe, ao perceber os desafios que estavam por vir, por meio de suas palavras desmotivadoras trouxeram ao povo grande lamento, medo, revolta e dúvida, colocando à prova a promessa que o próprio Deus os havia feito.
Precisamos estar atentos às palavras de desmotivação que saem da nossa boca, pois elas sugerem para onde estamos olhando. Apenas para o que nos é possível ou para o que Cristo pode fazer. Para as coisas que se veem ou para àquilo que é eterno e está além de nossos limites. Elas podem apontar para um pecado: a falta de fé. E “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hebreus 11:6a).
Já o encorajamento faz parte da lista dos dons que recebemos pelo Espírito (Romanos 12), mas mesmo que não o tenhamos recebido dessa forma, como um dom, e não sejamos conhecidos como a pessoa mais encorajadora igual Barnabé, não podemos usar disso para justificar as palavras desmotivadoras que por vezes exercemos sobre os outros e nós mesmos.
Que das nossas bocas emanem palavras de fé e não incredulidade. Palavras que vão levantar pessoas e gerações! Encorajar não tem a ver com iludir ou esconder de uma pessoa a real situação. Diz respeito a motivar o olhar e a atitude dela a um lugar mais elevado, além daquilo que se pode ver. É trazer ânimo e apontar para a própria esperança!
Por Jeane Chaves Ramos
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