“Eu clamo a ti, ó Deus, pois tu me respondes; inclina para mim os teus ouvidos e ouve a minha oração.” (Salmos 17:6 NVI)
“Um cristão nunca ora sozinho”. Essa frase dá início ao primeiro capítulo de um livro que li recentemente (Orando Juntos – Megan Hill), e de fato, ela traz verdade e faz muito sentido. Irei explicar mais à frente, mas antes vamos fazer um exercício rápido? Vamos parar um pouco e pensar na palavra relacionamento. A que ela nos remete? Quais imagens vieram à nossa cabeça? Agora, vamos pensar na palavra oração. O que isso nos traz à memória?
Por muitas vezes, praticando isso, as imagens que me vieram sobre as duas palavras foram totalmente opostas. E isso é muito comum a partir do momento que acredito em relacionamento como algo que signifique interação e vínculos de vários níveis de intimidade que eu posso possuir com outras pessoas. Enquanto, oração, esteja enraizado em mim como algo que parece uma experiência solitária. Mas uma verdade é que, se é assim que em suma visualizo a oração, minha imagem sobre ela está equivocada. E isso é altamente perigoso para a caminhada cristã.
Interpretar a oração de tal maneira, como algo remoto e solitário, diminui nosso interesse em orar, e termina por nos afastar de uma vida mais intensa de comunhão com Deus. Afinal, esse é um dos meios pelos quais nos relacionamos com o Senhor, e é a nossa comunicação direta com Ele. Por isso é necessário crermos que Deus não é indiferente às nossas orações, mas que recompensa aqueles que o buscam (Hebreus 11:6).
Oração não é insociável, ou seja, uma ação que se pratica à parte do convívio com outra pessoa, pelo contrário, ela é um exercício de relacionamento. Quero dizer, quando oramos estamos sim nos relacionando diretamente com outra Pessoa, com a Pessoa de Deus.
Nos Evangelhos encontramos, por vezes, passagens narrando que Jesus se retirava para lugares solitários a fim de orar (Marcos 1:3). Cristo se afastava por um tempo da presença de outras pessoas para se dedicar especialmente à devoção a Deus, seu Pai. Quando fazia isso, Ele se colocava em estado de solitude, mas nunca estava em solidão.
Isso porque, Deus se comunicava com Jesus por meio da oração. Ele o ouvia e o respondia. Conosco não é diferente. Nos afirma o próprio Senhor, “antes de clamarem, eu responderei; ainda não estarão falando, e eu os ouvirei” (Isaías 65:24 NVI). Ele escuta e corresponde até mesmo aos suspiros inexprimíveis do intimo da nossa alma. Não estamos sozinhos, nunca oramos sozinhos!
Orar é nutrir nosso relacionamento com Cristo, é aprofundar nosso nível de intimidade com Ele, é fortalecer nossos laços de comunhão. Certa vez li uma frase que me marcou, ela dizia, “orar é buscar o próprio coração de Deus como resposta”. Quando oramos nos tornamos mais parecidos com Jesus, pois conhecemos e recebemos do Seu coração, que Ele compartilha conosco, quando O buscamos dessa forma.
Mas também é verdade que, na nossa caminhada cristã, por vezes, nos encontramos em situações em que orar parece algo muito difícil. Seja pela preguiça espiritual, por momento de lutas que nos roubam a motivação, ou até mesmo por sentimento de vergonha e indignidade após um pecado cometido. Seja qual for o motivo, e se você estiver passando por ele, lembre-se da Palavra: “Aproximem-se de Deus, e Ele se aproximará de vocês” (Tiago 4:8 NVI). Louvado seja Deus, que não rejeita a nossa oração nem afasta de nós o seu amor!
Por Jeane Chaves Ramos
Referência:
Megan Hill, Orando Juntos: O privilégio de orar em nossos lares, comunidades e igrejas, São José dos Campos, SP :Editora Fiel, 2018, p. 23.
Comentarios